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Andrea Ribeiro e Diego Sanchez

Andrea Ribeiro e Diego Sanchez

Andrea Ribeiro é fonoaudióloga, especialista em motricidade oral e linguagem. Integra a equipe do Walking Equoterapia.

Diego Sanchez é biólogo proprietário da SOS Ambiental e sócio-fundador da reptilterapia do Instituto Walking Terapia Reptilterapia e coordenador de projetos e viagens. Por 8 anos foi o biólogo do programa “Tudo é Possível” na TV Record ao lado de Ana Hickmann. Já participou de inúmeras reportagens e programas de televisão sempre alertando sobre a importância ecológica dos animais e os problemas que a caça, desmatamento e poluição podem trazer para o planeta.

Nesta entrevista explicam como funciona a reptilterapia, trabalho este que fazem juntos. Além de falar sobre a sessão em si e os benefícios que a técnica traz aos pacientes, abordam também como é a questão da preparação dos animais para o contato com humanos.

Ficou curioso? Siga com a leitura!

Revista My Pet – O que é réptilterapia?
Andrea – A Pet Terapia com répteis é um tratamento onde utilizamos os répteis como co-terapeutas no processo de habilitação e ou reabilitação de pessoas com déficits: motores, sociais, emocionais, cognitivos, linguagem, dentre outros.

My Pet – Qual é a origem desse tipo de terapia?
Andrea – A terapia com serpentes teve início no Hospital Huntercombe, na Inglaterra, em 2009.

Nesse Hospital, 38 pacientes receberam tratamento terapêutico de uma corn snake, de 7 anos, chamada Angel. Essa terapia, com a serpente, está direcionada para pessoas com problemas mentais, autoestima, depressão e instabilidade emocional.

My Pet – Há quanto tempo é aplicada no Brasil?
Andrea – Aqui no Brasil, a Walking Equoterapia desenvolve essa técnica desde 2013, permanecendo até os dias de hoje.

My Pet – Quem é o público alvo deste tipo de terapia?
Andrea – Todo tratamento é indicado para uma pessoa com algum deficit seja no aspecto motor, social, emocional, cognitivo, fala. Não há uma idade específica para o tratamento.

Quando um pai nos procura porque seu filho apenas quer ter contato com esses animais, o trabalho muda para educação ambiental, sendo mais um motivo da necessidade do biólogo dentro da equipe de profissionais.

My Pet – Como os pacientes chegam até vocês?
Andrea – Os pacientes chegam por indicação de outros pais ou por indicação de terapeutas que conhecem nosso trabalho.

Geralmente a pessoa chega a Walking por indicação médica para realização da equoterapia, como somos um centro de reabilitação, temos várias terapias com enfoque animal como equo, Pet terapia, terapia com répteis; então, a equipe terapêutica vendo a necessidade de complementar o tratamento com outras terapias, indica a mais adequada.

A Pet Terapia com répteis ainda não tem indicação médica, por ser uma terapia muito nova aqui no Brasil e ainda de pouco conhecimento.

My Pet – Quais são os animais utilizados?
Andrea – Os animais utilizados são cobras (Jiboia arco-íris da Amazônia, Jiboia arco-íris da Caatinga, Jiboia Boa Constrictor, Piton Ball, King Snake, Corn Snake, Milk Snake, Nigritus), lagarto Teiu, Guecko, Pogona, Jacaré do papo amarelo.

My Pet – Todos são legalizados?
Andrea – Todos os animais são legalizados e tem microchip do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais).

My Pet – Como é feito o trabalho com os animais antes desse contato com humanos? Há uma preparação?
Andrea – Os animais tem acompanhamento veterinário mensalmente e de biólogos garantindo assim sua saúde física e emocional. Os recintos são adequados a cada espécie de acordo com temperatura, umidade e enriquecimento ambiental do mesmo. Os animais são manuseados constantemente, além, de estarem conosco desde pequenos, ficando acostumados ao toque e manuseio.

My Pet – Como é feita a escolha do animal que irá interagir com o paciente?
Andrea – Eu escolho o animal de acordo com o interesse do assistido da terapia. Ao escolher o animal, o biólogo que é especialista em comportamento animal irá me sinalizar se é possível ou não naquele momento utilizar o animal que foi escolhido. Não existe animal específico para trabalhar com determinada patologia, existe a identificação da criança com o animal, o olhar e acompanhamento do biólogo com esse animal e o terapeuta que irá conduzir a terapia para alcançar seus devidos objetivos.

My Pet – Há um animal que seja preferência da maioria dos assistidos desse tipo de tratamento? Tem um motivo específico?
Andrea – A maioria dos assistidos tem preferência pelo jacaré. Acreditamos que por ser um animal que nos transmite força.

My Pet – Há algum prejuízo para o animal ao ser utilizado nessa terapia?
Diego – Não há! Os animais que temos aqui estão com nós desde 2013. Como esses animais são criados desde filhotes, crescem acostumados com o contato e a grande diferença é essa. Não são animais de florestas, são animais de cativeiro então já tem uma índole, um comportamento mais calmo, o que facilita esse tipo de trabalho. Como temos vários animais de cada, no momento da atividade escolhemos o que está mais preparado para aquele dia, para a terapia.

My Pet – Qual é a faixa de preço de cada sessão?
Andrea – O valor não é cobrado por sessão e sim mensal, pois o tratamento deve ter uma continuidade. Ao cobrar por sessão, abrimos brecha de faltas frequentes sempre que o bolso apertar mais. Portanto, o custo mensal da Pet Terapia com Répteis é de R$450,00 por mês, uma sessão semanal.

My Pet – Quanto tempo dura uma sessão? Em que local são feitas?
Andrea – As sessões tem a duração de 30 minutos e são realizados em um salão bem amplo que temos aqui na Walking (São Paulo) apropriado para essa atividade.

Diego – Além do contato com os animais, durante a sessão, são trabalhados conteúdos ligados à problemática ambiental. Esse é um grande diferencial da réptilterapia feita pela Walking em parceria com a SOS Ambiental. Junto a terapia deixamos esse paciente com um maior senso crítico participativo na fiscalização do meio ambiente.

My Pet – Quais resultados já observaram em pacientes que utilizam essa técnica?
Andrea – Inúmeros são os resultados já alcançados! Alcançamos benefícios motores como melhora no tônus muscular, coordenação motora global e fina, sendo assim assistidos com déficits motores se beneficiam muito dessa terapia. Na linguagem já obtivemos o desenvolvimento de fala, diminuição de ecolalias, desenvolvimento de linguagem.

No social já obtivemos melhora na socialização, interação . No emocional já obtivemos melhora na auto estima, auto imagem, auto confiança, melhora em quadros depressivos, de ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade .

No aspecto cognitivo obtivemos melhora em atenção, concentração, onde conseguimos alfabetizar crianças com necessidades especiais.

Para alcançar todos esses objetivos a Walking é composta por uma equipe interdisciplinar com: fisioterapeuta, Fonoaudiologa, Psicologa, pedagogo, psicopedagogo, professor especialista em educação especial, biólogo.

My Pet – A réptilterapia é utilizada junto a outras técnicas?
Andrea – A Pet terapia com Répteis, assim como qualquer trabalho de reabilitação que utilize o animal como co-terapeuta só pode ser realizado perante a presença de um profissional da área da saúde. Portanto, de acordo com a necessidade do assistido, cada profissional entrará com sua técnica para o reabilitar e usará o animal como co-terapeuta desse processo.

My Pet – Quais são os canais de comunicação de vocês caso algum de nossos leitores queriam saber mais sobre o trabalho ou contatá-los?
Andrea – O site da Walking é www.equoterapiawalking.com.br . Estamos também nas redes sociais – Facebook (@WalkingEquoterapia) e Instagram (@walkingequoterapia).

Diego – O site da SOS Ambiental é www.sosambiental.com . Nas redes sociais meus contatos são: @diegososambiental e @sos_ambiental.


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