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Glaucoma: cuide dos olhinhos do seu pet!

Glaucoma: cuide dos olhinhos do seu pet!

Doença pode causar cegueira irreversível; não é contagiosa, nem transmissível por contato

No dia 26 deste mês é o Dia de Combate ao Glaucoma, uma doença que afeta a visão e pode causar cegueira permanente.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a patologia é a segunda maior causa de cegueira no mundo. A estimativa e projeção é que até 2040, sejam cerca de 111,8 milhões de pessoas no mundo, entre 40 a 80 anos, afetados pelo problema.

Além de humanos, o glaucoma acomete também os animais, principalmente cães, gatos e cavalos, e surge geralmente na fase adulta.

É de extrema importância o acompanhamento de rotina com um médico veterinário de confiança, já que será durante essas consultas e exames que poderá ser notado o problema. Quando é perceptível pelos tutores, muitas vezes é tarde e a visão do pet já estará comprometida.

Dependendo do estágio da doença, haverá alguns tratamentos disponíveis, que terão como função principal impedir sua progressão.

A indicação do qual será o melhor a ser seguido caberá ao especialista em oftalmologia veterinária que estará acompanhando o caso. Fique de olho em seu animal de estimação!

O que é glaucoma?

O glaucoma é uma doença ocular degenerativa que ocorre devido ao aumento da pressão intraocular (chamada de PIO), ocasionada pela redução ou obstrução do ângulo de drenagem do humor aquoso (fluido dos olhos).

Esta hipertensão ocular causa alterações glaucomatosas que acabam comprometendo o nervo óptico e a retina, resultando consequentemente na perda progressiva da visão.

A doença, em seu estágio inicial, costuma ser assintomática e não apresenta sinais muito evidentes. Várias vezes confunde-se com outros diagnósticos.

Algumas raças de cães e gatos são predispostas a esse problema. Entre os cachorros pode-se citar bassethound, beagle, bordercollie, bouvierdesflandes, chowchow, cocker spaniel americano, golden retriever, samoieda e sharpei.

Já entre os bichanos estão os siameses, birmaneses e os persas.

Classificação do glaucoma

O glaucoma é classificado como primário e secundário. No caso primário, tem forte predisposição racial, ou seja, pode ser hereditário e estar relacionado diretamente a genética. Não têm associação consistente com outra alteração ocular pregressa ou sistêmica, são tipicamente bilaterais.

Geralmente ocorre nos dois olhos e seu sinais são mais fáceis de serem identificados.

Já o caso do secundário, que é mais comum, pode ser decorrente de diversas alterações que impossibilitam a correta drenagem e causam o aumento na PIO. Alguns exemplos são: catarata, retinopatias, uveíte e úlceras de córnea complicadas.

Podem ser consequência de afecções sistêmicas como doenças endócrinas e renais, hemoparasitoses, trauma, tumores, coceira etc.

Sintomas mais comuns

Os sintomas que cães e gatos afetados pelo problema apresentarão são parecidos. Inclui-se aumento da pressão ocular, apatia, dor, desconforto e alteração nos olhos.

Outros sintomas que os gatos apresentarão são aparência turva na pupila e na íris; dores de cabeça (não gostará de ser tocado nessa região); formação de um halo azulado ao redor da íris; mancha irregular e dificuldade de localização espacial; mudança de comportamento; sensibilidade nos olhos e na região ocular; vômito e náuseas.

Nos cães, poderão ocorrer aumento do globo ocular; córnea com mancha opaca; lacrimejamento; olho vermelho ou inchado; pupilas ligeiramente dilatadas.

Fechando o diagnóstico

Para confirmar o diagnóstico de glaucoma, o médico-veterinário irá levar em consideração o histórico do pet e sinais clínicos.

Poderá também solicitar exames oftalmológicos como tonometria, ultrassonografia oftálmica, oftalmoscopia, gonioscopia e eletrorretinografia.

O diagnóstico precoce é fundamental para início do acompanhamento e instituição de diretrizes para conter o avanço da doença.

Existe tratamento?

Dependendo do estágio da doença, há tratamento para o glaucoma. Este terá como principal objetivo parar as alterações causadas pelo aumento da pressão intraocular.

A escolha de quais procedimentos serão prescritos dependerá da avaliação do médico-veterinário especialista em oftalmologia. Dentre as opções estão uso de colírios, anti-inflamatórios e analgésicos, cirurgia a laser e quando há dor crônica ocular, a remoção do olho do pet.

É importante salientar que quanto mais cedo for descoberto o glaucoma, maior a chance de tratá-lo e tratamentos caseiros não devem ser experimentados sem indicação do especialista. Nos casos de alterações oculares, existe a demanda e necessidade da realização de exames para acompanhamento e evolução do quadro do pet.

Existem muitos esforços científicos voltados para a neuroproteção e terapias genéticas (inclusive com implantes intravítreos de células-tronco), além do diagnóstico precoce por meio de biomarcadores. A medicina veterinária também tem se atentado a essas inovações.

Vida que segue!

Fechado o diagnóstico e iniciado o tratamento, o próximo passo que o tutor deverá dar está relacionado aos cuidados com o animal. O acompanhamento veterinário seguirá pelo resto da vida do pet.

É importante atentar-se também a segurança do animal. Proteção de escadas e piscinas, e ao levar o pet para passear, use sempre uma guia bem segura. Opte por lugares com menor poluição sonora.

Em casa, ensine-o onde está a água, ração e deixe próximo de sua cama; não mude objetos de lugar de forma frequente; dê preferências a brinquedos com som. Não se esqueça de reservar uma hora do dia para brincar com seu animal!

Especialista fala sobre a importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce do glaucoma é de suma importância. Segundo Dr. Heitor Fioravanti, médico-veterinário especialista em oftalmologia e atuante na Clínica Pet Niva, quanto antes for diagnosticado e iniciado o tratamento melhor o prognóstico. “O diagnóstico e início precoce do tratamento são as chaves para salvar a visão do seu pet!”, afirmou.

Ainda sobre o assunto, Heitor esclareceu que infelizmente a doença não tem cura, porém o tratamento precoce aumenta as chances de preservação da visão. “O tratamento é baseado no uso de colírios ou cirúrgico”, explicou.

Acrescentou que algumas raças são predispostas ao problema, porém pode acometer qualquer espécie. “Algumas raças como labrador, buldogue, shihtzu, bostonterreir, lhasa-apso e pugs tem maior predisposição ao desenvolvimento do glaucoma, e precisam anualmente de um check-up oftalmológico”, disse.

Indicou também que ao notar os primeiros sinais como olho vermelho, olho fechado ou aumento do tamanho dos olhos, o tutor deverá procurar imediatamente um atendimento oftalmológico para o pet.

Por Ana Lúcia Guarnieri


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