Conheça 4 psitacídeos do Brasil!
Os psitacídeos, aves que integram a família Psittacidae, são muitos pelo mundo. Somente no Brasil, são 87 espécies conhecidas. Dentre elas estão ararinha-azul, papagaio-verdadeiro, periquito-da-amazônia, arara vermelha entre outros que abordaremos nos próximos parágrafos.
Além da beleza, retratada inclusive em documentos históricos como em carta escrita por Pero Vaz de Caminha quando chegou ao Novo Mundo, esses pássaros caíram no gosto popular também pela grande capacidade de imitação de sons, inclusive a voz humana. São consideradas extremamente inteligentes.
Dentre suas características físicas estão bicos fortes, com a parte superior maior que a inferior, e que possuem grande capacidade e força para quebrar sementes e alimentos duros. Suas penas geralmente são coloridas e em muitos delas, predominam a cor verde para se camuflarem melhor na natureza. As cores vermelhas e azuis também são extremamente comuns.
Ótimos escaladores, usam também seus pés para segurarem seus alimentos prediletos ou outros objetos de seu interesse.
Quanto ao cuidado que necessitam, quando criados em ambiente doméstico (cativeiro), os mínimos são: dieta balanceada; não sofrer estresse (frio, calor, medo, fome); ter espaço mínimo adequado a espécie escolhida e proporcionar meios de se exercitarem tanto fisicamente quanto emocionalmente.
É importante que antes de adquirir uma ave desse tipo conheça a procedência dela. Há diversos cativeiros clandestinos, que contribuem com o tráfico de animais. Pesquise, visite, veja se há autorização do Ibama para os devidos fins. Não contribua e sustente o tráfico. Seja consciente!
Ararinha-azul
Descoberta em abril de 1919 em Juazeiro (BA), descrita em 1932 e redescoberta em 1986, a Ararinha-azul (Cyanopsittaspixii) é uma ave com coloração azul, com tom mais claro e acinzentado na cabeça. De tamanho médio, pesa entre 300 e 400g e mede menos de 60 cm. Quando adulta, tem asas estreitas e longas e cauda comprida.
É uma ave que em cativeiro se alimenta com ração própria para a espécie e na natureza, com sementes de pinhão, frutos do juazeiro, além de outros típicos do meio em que vive.
Esta ave já chegou a ser declarada extinta. Dois fatores contribuíram para essa situação: destruição em larga escala do habitat que dependia e captura ilegal para o comércio (tráfico).
A espécie ainda existe graças a trabalhos de conservação, como a criação do Centro de Reprodução e Reintrodução das Ararinhas-azuis.A maioria dos exemplares, ainda vive em cativeiro. Na natureza, há poucos elementos. É uma ave proibida de ser comercializada.
Periquito-da-amazônia
Considerada uma espécie quase ameaçada, o periquito-da-amazônia (Nannopsittacadachilleae) tem como seu habitat o norte do Brasil e sul e sudoeste do Peru.
São comuns e abundantes em florestas ripárias, aquelas localizadas ao longo de rios e córregos.
É uma ave pequena, mede cerca de 12 cm, que tem coloração verde no dorso, verde com azul claro na face, ventre mais amarelado, patas e bico rosado. As asas são pontiagudas e rabo curto.
Papagaio-verdadeiro
Nomeado popularmente como a juruetê, camatanga, curau, juru-etê, papagaio-comum, papagaio-curau, papagaio-de-fronte-azul, papagaio-grego, papagaio-baiano, trombeteiro, papagaio-boiadeiro e louro, o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) é uma espécie encontrada no Brasil e em outros três países da América do Sul (Argentina, Bolívia e Paraguai).
Suas principais características físicas são: peso de cerca de 400g e 45 cm de comprimento; coloração verde, com tonalidades adicionais de vermelho, azul e amarelo em algumas partes do corpo; olhos alaranjados (amarelo-laranja em machos e vermelho-laranja nas fêmeas); bico negro; voz bem típica.
Sementes, castanhas, brotos, frutos e folhas são a base da alimentação da espécie em seu habitat natural. Em ambiente doméstico, é composta geralmente por ração e frutos.
Apesar de não ser uma espécie em extinção (em risco em algumas regiões), sua comercialização só é permi
tida a partir de criadouros legalizados pelo Ibama.
Arara-vermelha
Um dos psitacídeos mais bonitos, a arara-vermelha (Ara chloropterus) é encontrada no Brasil (Amazônia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Paraná) e em alguns países da América do Sul.
Conhecida também como arara-verde e arara-vermelha-grande, a espécie mede aproximadamente 90 cm e pesa 1,5kg.
Tem coloração vermelha, face decorada por linhas delgadas de penas vermelhas, e especialmente, pelo verde na parte média das asas que continua até a parte de trás, asas com extremos azuis, rabadilha e ponta do rabo azul.
Na natureza, se alimentam de coquinhos e frutos do buriti. Em cativeiro, a dieta é composta por ração e frutas.
Costumam viver em bando. Não é considerada ameaçada, mas já deixou de existir em locais em que antes sua presença era comum. Só pode ser adquirida de criadouros legalizados.
Calopsitas e argaponis também integram a ordem dos Psittaciformes
É comum as pessoas acharem que algumas aves criadas em ambientes domésticos como pet também integram a família dos Psittacidae.
Na verdade, muitas delas integram outras famílias muito conhecidas: a Cacatuidae e Psittaculidae. Alguns exemplos são as calopsitas, loris, ringnecks e argaponis.
A classificação equivocada dá-se por pertencerem a mesma ordem, que é a classificação científica de um grupo de famílias. Elas todas integram a mesma, a ordem Psittaciformes, que conta com aproximadamente 400 espécies de aves.
Por Ana Lúcia Guarnieri
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