Saiba o que é shunt hepático!
Doença pode acometer cães e gatos; há tratamento e cura
Seu pet não está crescendo como os outros filhotes da mesma ninhada? Tem apresentado algumas alterações neurológicas?
Se as suas respostas foram sim, atente-se! Ele pode ter shunt hepático, uma doença que pode acometer cães e gatos.
Para entendermos mais sobre o tema conversamos com o médico veterinário Dr. Heitor Fioravanti, da Clínica Veterinária Dr. Niva. Ele é especializado em Clínica e Cirurgia de Cães e Gatos pela USP e em Pets Exóticos pela FAMESP. Tem experiência no diagnóstico da doença assim como conta com um equipe experiente para as cirurgias de shunt.
O que é?
A primeira questão a se esclarecer é referente ao que é essa doença.
O shunt hepático é uma doença causada por um vaso sanguíneo anormal no fígado.
Os vasos que deveriam levar o sangue para o fígado se comunicam com outras regiões do corpo alterando o fluxo vascular hepático e causando várias alterações e prejuízos para o desenvolvimento do animal.
Causa
O shunt hepático, na maior parte dos casos, é congênito. O pet acometido já nasce com essa alteração e manifesta sinais ao longo do seu crescimento.
Segundo Heitor, é mais frequente em cães de raças “toy”, que são os cães de pequeno porte, filhotes, como shihtzu, lhasa apso, pug, bulldogue, maltes e chihuahua.
Sintomas
Um animal que tenha shunt hepático poderá manifestar alguns sinais. Geralmente, iniciam-se no primeiro ano de vida do cão.
Segundo Dr. Heitor, podem aparecer alguns sinais inespecíficos (vômito, diarreia, apetite muito seletivo e alterações em urina e coagulação) e outros dois mais frequentes. “A lentidão no crescimento do animal é um dos indícios da doença. Geralmente aquele filhote bem menor se comparado com os irmãos de mesma ninhada. As alterações neurológicas também são um indicativo. Vocalização, agressividade, andar compulsivo, depressão, alucinação, e até convulsões mais exacerbadas após a refeição (cães acabam se “intoxicando” com resíduos da digestão que deveriam chegar ao fígado para serem metabolizadas, mas permanecem em níveis elevados no sangue circulante devido ao shunt).
O veterinário explicou também que a gravidade dos sintomas está relacionada ao tamanho, localização e classificação do vaso anômalo.
É importante que qualquer alteração que note em seu animal, busque ajuda de um profissional.
Diagnóstico
Para o diagnóstico, o médico veterinário levará em conta as características do pet associado aos sinais clínicos, sendo confirmado por exames complementares.
“A dosagem de ácidos biliares e o ultrassom abdominal são exames que fazemos aqui na Clínica Dr. Niva e podem nos guiar no diagnóstico do shunt. Além disso, para planejamento cirúrgico, é necessário a tomografia computadorizada para localização exata e aferição de medidas do vaso anômalo”, disse Fioravanti.
Dr. Heitor ainda ressaltou que é importante fazer um bom rastreamento e exame minucioso no paciente com shunt hepático, pois pode estar associado com outras malformações em outros órgãos, como coração e rins, ou presença de mais de um vaso shunt em outra localização do corpo, principalmente.
Tratamento
O tratamento para o shunt hepático é clínico cirúrgico, ou seja, com o uso de medicações para estabilização e controle dos sinais clínicos associado à cirurgia para oclusão do vaso anômalo.
“É considerada uma cirurgia de alta complexidade. Aqui na Clínica Dr. Niva temos uma equipe capacitada e familiarizada com casos de shunt”, contou Dr. Heitor.
Quanto à prevenção, destacou que o prognóstico depende muito da localização, tipo do shunt e do tempo até a sua confirmação, por isso, a importância do diagnóstico precoce.
Para finalizar, alertou que os cães com shunt devem ser retirados da reprodução, pois é uma doença que provavelmente passará para os filhotes.
Por Ana Lúcia Guarnieri – Revista My Pet
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