Sobrepeso e obesidade em pets: é preciso se preocupar!
Você é daqueles tutores que enchem seu amigo de quatro patas ou bichano de petiscos? Tem preguiça de levá-lo para passear? Mora em uma residência com pouco espaço para que brinque e sem enriquecimento ambiental adequado para ele? Não tem tempo para exercitá-lo? Se sua resposta foi afirmativa para a maioria das questões, é preciso atenção com a saúde do seu pet! Suas ações podem estar contribuindo para um problema cada vez mais recorrente em clínicas e consultórios veterinários: o sobrepeso e a obesidade dos animais de estimação.
Além dos exemplos citados, o ganho de peso também pode estar associado à predisposição da raça e problemas endocrinológicos, como as disfunções hormonais.
Independente da causa é preciso buscar ajuda veterinária e reverter essa situação. Afinal, queremos nossos pets saudáveis, com boa qualidade de vida e muitos mais anos ao nosso lado, não é mesmo?
Obesidade
A obesidade é uma doença crônica e é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal. A condição pode afetar também nossos amados bichinhos e causar diversos prejuízos à saúde deles como, por exemplo, problemas nas articulações e ortopédicos principalmente em animais adultos. Atua também como desencadeante de outras doenças como a diabetes.
Veterinários consideram pets com sobrepeso quando atingem de 10% a 20% a mais de excesso de peso, e quando apresentam 20% ou mais, são classificados como obesos.
A patologia afeta aproximadamente 40% dos cães e gatos, porém há estudos que apresentam índices ainda mais elevados. Uma pesquisa internacional realizada de forma online pela Universidade de Liverpool em conjunto com o Waltham Center for Pet Nutrition da Mars Petcare, em janeiro e fevereiro de 2018 e apresentada antes do Congresso de Controle de Peso Royal Canin mostrou estimativas alarmantes: 52% dos gatos e 59% dos cães em todo mundo estão acima do peso.
Participaram da pesquisa 5.309 tutores de cães e gatos de cinco diferentes locais – Brasil (1.068), China (1.036), Rússia (1.111), Reino Unido (1.023) e Estados Unidos (1.071).
Outro estudo, promovido pelas mesmas parceiras, porém em 2019, mostraram os efeitos da condição em cachorros. Cães com peso acima do normal para raça têm probabilidade de ter vidas mais curtas, comparados a animais com pesos corporais ideais. Esta pesquisa foi conduzida durante duas décadas registrando mais de 50 mil cães machos e fêmeas castradas. Os resultados dos estudos foram publicados no Journal of Veterinary Internal Medicine.
Durante o processo, os pesquisadores observaram excesso de peso e redução da expectativa de vida em todas as 12 raças analisadas. Havendo uma variação de cinco meses para cães pastor alemão machos a 2 anos e meio para machos de Yorkshire Terriers.
Os autores do estudo enfatizam baseados nos resultados que existe a necessidade de veterinários implementarem medidas para prevenir o desenvolvimento da obesidade em cães sob seus cuidados.
Especificamente, os veterinários poderiam usar os resultados do estudo em discussões com proprietários de novos filhotes, o risco que o excesso de peso representa para a saúde e a necessidade de prevenção. Os resultados também podem ser usados em discussões com donos de cães já obesos para convencê-los da necessidade de implementar um programa de perda de peso controlado.
Identificando o sobrepeso e a obesidade
Na maioria das vezes, tutores são incapazes de perceber que seus animais estão fora do peso ideal e só descobrem a condição nas consultas rotineiras com médicos veterinários. São poucos que identificam essa condição em seu pet sozinho e buscam ajuda de um profissional para tratamento.
Dúvida – Quem está em dúvida se o seu pet está ou não com uns quilinhos a mais, poderá observar nele as seguintes características: não consegue sentir as costelas enquanto o apalpa; ausência de cintura; marcante depósito de gordura sobre a coluna, na caixa torácica, abdomen e base da cauda; marcante distensão abdominal. Há ainda outras fáceis de perceber: sedentarismo; dificuldade respiratória para se levantar e locomover; cansaço fácil ao mínimo esforço. Em gatos, pode-se ainda observar se há dificuldade do bichano subir em alguns lugares e saltar.
A confirmação deverá ser feita por um profissional que avaliará o pet e indicará o tratamento ideal.
Obesidade felina
Não há determinadas causas que podem desencadear a obesidade em gatos e sim alguns fatores de risco. São eles: idade (gatos adultos, entre os 5 e 11 anos de idade); sexo (gatos machos tem maior probabilidade, aumentadas ainda mais nos casos de esterilização); raça (sem raça definida ou comuns, e Manx); tamanho; frequência de atividades físicas; alimentação; problemas endócrinos; fatores ambientais (animais que não convivem com outros e além disso, permanecem em apartamento têm maior risco).
Estudos relacionados até o momento associam a condição em felinos como desencadeante de vários transtornos e aparecimento de diversas patologias. Dentre elas estão: colesterol; diabetes; fígado gordo; hipertensão; insuficiência respiratória; doenças infecciosas do trato urinário; doença articular; intolerância a exercício; diminuição das respostas do sistema imune.
Tratamento – A assistência de um veterinário e o compromisso dos tutores em realmente seguir as orientações do profissional são indispensáveis no tratamento da obesidade em gatos. Normalmente, o processo proposto conta com três etapas: avaliação inicial do bichano (grau de sobrepeso, estado de saúde e quais fatores de risco agiram sobre o pet); fase de perda de peso; fase de consolidação.
A perda de peso deve ser gradativa, para que assim evitem-se outros problemas, como os hepáticos, mais comuns em gatos.
Obesidade canina
A obesidade canina pode originar-se de diversas formas: sobrecarga de fornecimento de carboidratos excedendo o gasto energético diário; castração; sedentarismo; problemas genéticos e endócrinos; sexo (machos maior incidência), raça (Golden Retriver, Labrador, Cocker Spaniel, Dachsund e Beagle). Animais que os tutores são obesos e idosos também são mais propensos a condição.
Diversos são os problemas que podem estar surgindo devido a obesidade como várias disfunções dos sistemas cardiovascular, imunológico, digestório e endócrino. Ossos e articulações também são prejudicados pela sobrecarga de peso, além de maior risco de vida em procedimentos anestésicos se necessitarem de alguma cirurgia.
Os principais sinais que seu doguinho está obeso, além dos já citados anteriormente relacionados à sua aparência, são: tendência a ficar deitado ou inativo pela casa sem demonstrar vontade de sair; quando dormem, roncam; sensação de fome constante.
Tratamento – O tratamento da obesidade canina é parecido ao que é feito com gatos. O animal primeiramente passará por uma avaliação veterinária e depois será colocado em prática o plano de alimentação e exercícios visando o emagrecimento. Além de tratar a obesidade, durante o processo, deverá cuidar também das doenças que a patologia desencadeou na saúde do cão.
O tutor deverá comprometer-se e seguir todas as orientações do veterinário para êxito do tratamento.
Prevenção
A obesidade em cães e gatos pode ser prevenida! Há um conjunto de ações que irão contribuir: consultas de rotina com médicos veterinários; fornecimento de quantias adequadas de alimentos, respeitando seu tamanho e peso; prática de exercícios; enriquecimento ambiental do local aonde o pet vive; utilização de comedouros lentos.
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