Transtorno de Ansiedade Generalizada: cães e gatos também podem ter
Doença é conhecida também pela sigla TAG; ainda existem outros dois tipos de transtornos relacionados a ansiedade
Seu pet está tendo alguns comportamentos diferentes? Tem notado manifestações de conduta que são anormais para a espécie? Você não está sozinho. Existem muitos tutores preocupados e buscando ajuda veterinária!
Um dos diagnósticos possíveis para tais “anormalidades” é uma doença chamada Transtorno de Ansiedade Generalizada, conhecida também pela sigla TAG, e que pode afetar cães e gatos.
O médico veterinário Dr. João Carlos Rodrigues, da Clínica Veterinária São Francisco, explicou sobre esse tipo de transtorno comportamental, causas, como é feito o diagnóstico e qual tratamento deve ser seguido pelo tutor para obtenção de melhora do quadro de saúde do animal.
Transtorno e condição patológica
Para melhor compreensão é necessário primeiramente falar sobre o que são considerados transtornos ou enfermidades de comportamento. Dr. João Carlos definiu da seguinte forma: “São aquelas manifestações de conduta que são anormais para a espécie de interesse, levando-se em conta padrões tidos como normais de comportamento, que acabam por interferir no desenvolvimento e/ou na convivência, no ambiente e também com o grupo familiar”.
O médico veterinário explicou quando a condição passa a ser considerada patológica: “Quando a ansiedade sobrepassa certa intensidade considerada de padrão normal até os 12 meses e supera a capacidade adaptativa do indivíduo, é considerada patológica, sendo essa emoção persistente, incontrolável, excessiva e generalizada, e provoca respostas fisiológicas e comportamentais com mal-estar significativo, apresentando sinais físicos e de posturas que interferem na interação com o ambiente e com o grupo familiar de tutoração”.
Causas
As causas dessa patologia podem ser variadas. Dentre os destaques estão: fatores genéticos e os ambientais, como estresse, fobias, privações sensoriais, pânico, presença de conflitos hierárquicos, sociais e territoriais, causando uma inadequada socialização.
“O estado ansioso pode se manifestar como uma resposta emocional de tipo defensiva diante de um estímulo que não é identificado, podendo emitir respostas comportamentais e autonômicas similares ao ‘medo’, frente a variações do meio interno ou externo, sem autocontrole com perda da capacidade de adaptação ao fato ocorrido. Pode-se ainda caracterizar o transtorno de ansiedade como um mau funcionamento do sistema cerebral de defesa, o que inclui um conjunto de sinais caracterizados por medo intenso e hipervigilância, mesmo diante de uma ausência de situação perigosa real”, disse Dr. João Carlos.
Predisposição
Segundo o profissional, esse tipo de transtorno nos animais não possuem predisposição por raça nem sexo. Costumam se manifestar em fases distintas entre cães e gatos: “A sua aparição costuma dar-se por volta da maturidade emocional, entre os 12 e os 36 meses de idade nos cães, e entre os 12 e os 24 meses de idade em felinos”.
Tratamento
O tratamento da TAG depende de uma anamnese minuciosa, de exames clínicos e complementares por parte de um veterinário especialista, para se chegar a um diagnóstico que contemple um prognóstico aceitável para cada fator diagnóstico diferencial, ou seja, aplicando-se o correto tratamento a um fator comportamental, ambiental, farmacológico, hormonal ou nutracêutico que melhor se adeque a cada caso seja para caninos ou felinos.
A especialidade da medicina veterinária que se ocupa do diagnóstico e do tratamento das enfermidades do comportamento é denominada etologia clínica veterinária, zoopsiquiatria ou psiquiatria animal ou ainda medicina veterinária comportamental. Tem como finalidade aprimorar os diagnósticos, prognósticos e tratamentos, avaliando a apresentação dos sinais da enfermidade de maneira integral e considerando o organismo em seus três níveis: físico, emocional e social.
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