Alergia alimentar: Animais também podem ter
Patologia é conhecida também como hipersensibilidade alimentar (HA) ou dermatite trofoalérgica.
Sabe aquele mal estar, coceira ou vermelhidão que surgem após ingerirmos algum alimento? Nos animais, os sintomas são diferentes, mas podem ter a mesma causa: a alergia alimentar.
O médico veterinário Dr. João Carlos Rodrigues explica que não se sabe quais alimentos tem maior relevância na alergia alimentar e que o motivo ou gatilho para o desenvolvimento dessa patologia ainda são indefinidos, porém acredita-se que esteja relacionada a variedade de alimentos oferecidos: “A grande variedade de alimentos que oferecemos aos nossos animais podem ser a razão principal. Quando dizemos alimentos, estamos generalizando todos, inclusive as rações. Como exemplo: uma ração superpremium pode conter em sua formulação até mais de 40 tipos de ingredientes diferentes, isso nos mostra a quantidade refeição”, disse.
Restringir a alimentação somente a um tipo de alimento, pensando que assim se evita complicações pode ser um equívoco: “Oferecer único alimento não garante e nem diminui a chance de desenvolver o quadro alérgico. As proteínas podem vir de diversas fontes proteicas e mesmo assim levar o animal a uma hipersensibilidade alimentar. Os animais podem apresentar reações a mais de um grupo de alérgenos ou ter reações cruzadas com outros antígenos do mesmo grupo proteico”, explicou o veterinário.
Dr. João citou também que o preparo com cozimento dos alimentos caseiros, em natura, por si só, não contribuem para a prevenção do processo alérgico: “Cozinhar os ingredientes pode aumentar ou diminuir a imunogenicidade do alérgeno. Algumas proteínas animais são termoestáveis, outras são termosensíveis , o que pode contribuir para mudanças reacionais nos animais”.
Falou ainda das proteínas dos vegetais das proteínas de origem animal: “Os vegetais são facilmente inativados pelo cozimento ou pelo congelamento dos mesmos. De forma que para proteínas de origem animal o cozimento poderá não trazer auxílio algum, sendo a exclusão dessa fonte da dieta a forma mais eficaz de evitar o processo alérgico”.
Sintomas
Diversos sintomas podem estar relacionados com a alergia. Há variação de animal para animal.
Um fator muito presente na hipersensibilidade alimentar é a otite: “Pode ocorrer de forma uni ou bilateral, pode vir de forma isolada ou associada a outros sintomas. Afecções auriculares resistentes, não responsivas aos tratamentos prescritos, com prurido e secreção, pode ser um forte sinal de alergia alimentar”, destacou o veterinário.
Outro sinal que pode estar relacionado a hipersensibilidade são afecções dermatológicas, ou seja, lesões na pele do animal. A alergia só será confirmada após o descarte de outras dermatopatias de origem parasitária, bacteriana ou até mesmo a sensibilidade aos alérgenos ambientais.
Caso o tutor suspeite ou esteja diante de um quadro sintomático em seu animal, é recomendável que procure um profissional. Lembrando que cada caso pode ser diferente em vários aspectos.
Tratamento
A alergia alimentar tem tratamento. Como cada caso difere-se de outro, é preciso buscar as orientações de um médico veterinário. Este profissional fará um acompanhamento do animal e indicará uma alimentação correta que evite a alergia.
Há como evitar?
Algumas ações podem reduzir as chances do animal vir a ter a alergia. Assim pontua Dr. João: “Uma boa observação do animal e uma escolha saudável dos alimentos oferecidos reduzem as possibilidades de desenvolver o processo alérgico. Aconselho ainda visitas periódicas ao veterinário para acompanhamento do paciente e avaliação com auxílio de exames complementares adequados que podem dar um diagnóstico correto e consequente tratamento eficaz”, finalizou.
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