fbpx

Fogos e Rojões atormentam os animais

Fogos e Rojões atormentam os animais

O seu bichinho de estimação possui uma audição bem mais sensível do que o ser humano. Os cães possuem uma capacidade auditiva diferente da gente. Para entender a comparação: o ouvido canino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hza 40.000 Hz; já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. Os cães conseguem detectar sons 4 vezes mais distantes do que as pessoas.
Se você tem um cãozinho, pode ter certeza que ele não gosta do barulho das comemorações de final de ano, em que muitos insistem em soltar fogos e rojões.

Quais os danos que esse extremo barulho provoca nos cães?
O deslocamento de ar provocado por estas explosões é que causa o estrondo que ouvimos. Se um artefato explodir muito próximo ao cão, pode ocorrer dano físico ao tímpano (ruptura ou laceração), comprometendo a audição, as vezes para sempre. Para sons não tão próximos, o que conta é o efeito psicológico, pois o cão associa aquele barulho intenso e pouco comum com a movimentação e a desordem que normalmente ocorrem nestes períodos (jogos, festas, etc.). Desta forma instala-se um quadro de fobia que pode, inclusive, resultar em um quadro sintomático de ansiedade, tremores, taquicardia (aumento da frequência cardíaca), vocalização excessiva (chorar, ladrar, latir). Em alguns casos o cão pode falecer.

O que muitos chamam de “bobagem”, é um terrível malefício aos cães. A situação também atinge outros animais como aves, raposinhas, tatus, coelhos, capivaras, que vivem nas matas que cercam as cidades; eles também sofrem terrivelmente com essa “brincadeira” dos humanos.

Já que é inevitável, saiba como proteger os bichinhos

Algumas atitudes podem mascarar o acontecimento e desviar o foco de atenção do animal em situações de fogos e rojões:
• Coloque algum som mais alto e suportável ao cão no ambiente, como música ou som da televisão;
• Enriqueça o ambiente do animal com brinquedos ou desafios para que este possa ter sua atenção desviada. Bolinhas, túneis, caixas de papelão entreabertas;
• Se ele insistir em se esconder permita que sua caminha/ ou casinha fique em local resguardado e abrigado, como no canto de um sofá ou debaixo de uma mesa;
• Evite o acesso do seu cãozinho a locais potencialmente perigosos como varandas, janelas e piscinas. Podem ocorrer acidentes na hora da ansiedade.
• Se possível, coloque-o em contato com outros cães, preferencialmente os que não se assustam com barulhos;
• Feche cortinas, portas e janelas, buscando minimizar o som;

• Importante: evite ficar com o cão no colo, como se quisesse consolá-lo, ou alimentá-lo com petiscos, na hora da ansiedade dos fogos, pois ele vai entender que o comportamento daquele momento está correto e sendo recompensado. Forneça a comida pelo menos uma hora antes ou dê pequenas porções escondidas em brinquedos para entretê-lo.

Conheça os principais riscos que esses barulhos causam nos animais:
•Fugas: os cães tornam-se animais perdidos, podem ser atropelados e provocar acidentes;
•Mortes: enforcando-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la pra fugir; atirando-se de janelas; atravessando portas de vidro; batendo a cabeça contra paredes e grades; por atropelamentos, além de paradas cardiorrespiratórias, que não são raras;
•Comprometimento da audição: dano ao tímpano (ruptura ou laceração).
•Mutilações: no desespero de fugir chegam a se mutilar ao tentar atravessar grades e portões;
•Convulsões: os cães na crise de ansiedade pelo barulho dos fogos podem convulsionar e às vezes sofres lesões irreversíveis;
•Afogamento: no desespero podem cair ou se atirar na piscina e não conseguir nadar ou sair dela;
•Quedas: de andares e alturas superiores.

Apelo: Podemos festejar à vontade, porém sempre usando a consciência, o bom senso e principalmente o respeito, afinal, não só os bichinhos sofrem com o barulho dos fogos e rojões, mas também as crianças, os idosos e os acamados. Se cada um fizer sua parte, todos nós seremos mais felizes e por mais tempo.

Se você tem um conhecido que aprecia os fogos e rojões, tente conversar com ele e explicar sobre os danos e riscos que essa brincadeira pode causar. Quem sabe você o convença de que melhor seja cantar, brincar e brindar com os amigos. Cada um fazendo sua parte teremos, aos poucos – um mundo melhor.

Escrito por Dra Aline Mori dos Santos (CRMV 24006), proprietária  da Clínica Osso Duro


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *